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  • Velhice, Fragilidade e Cuidado

    O fenômeno do envelhecimento tem influenciado as mudanças em diferentes aspectos da vida humana, tornando importante alguns aspectos. Um destes está relacionado ao aumento de condições de fragilidade na velhice, principalmente em relação às idades avançadas, 80 anos ou mais. Apesar de a fragilidade não estar necessariamente relacionada à idade, o foco naqueles com 80 anos ou mais, por ser este seguimento o que tem mais chances de vivenciar esta condição se faz necessário. O aumento da expectativa de vida é, indubitavelmente, uma conquista da humanidade. Contudo, os desafios resultantes desta nova condição precisam ser encarados como idosos longevos, fragilidade e cuidados. O Brasil também acompanha esta nova descrição epidemiológica mundial. Este fenômeno segundo Papaléo, Netto e Kitadai, tem se tornado tão expressivo que hoje, 11% da população idosa apresentam 80 anos ou mais, sendo o seguimento dessa população que mais cresce e, em 2050, 19% dos idosos terão 80 ou mais. O número de centenários é projetado para aumentar em 15 vezes, passando de 145 mil, em 1999, para 2,2 milhões, em 2050. Essas mudanças demográficas são resultado da diminuição das taxas de mortalidade e de fecundidade, bem como do aumento da expectativa de vida resultado de novos modos de vida, fazendo com que o crescimento significativo do número de idosos na população seja uma realidade. Isto demonstra que se vivencia cada vez mais transformações e mudanças que se apresentam em relação ao envelhecimento e à velhice. Segundo Camarano, entre os anos de 2010 e 2020, haverá um crescimento de 30% a 50% de idosos no Brasil, os quais necessitarão de cuidados prolongados. Este cenário nos mostra a importância de serviços que atendam as demandas de necessidades desses idosos. As fases do ciclo vital estão sendo redesenhados, em um mundo de transformações onde a longevidade impacta em diferentes setores da sociedade, modificando o perfil de quem envelhece, ter 60 anos já não é ser velho, resignificando a velhice. Vê-se que a velhice contemporânea tem características diferentes daquela de alguns anos atrás, de maneira que surgiram até mesmo termos como terceira idade e quarta idade. Hoje o objetivo dos serviços de cuidado oferecidos a idoso e a de otimização dos recursos biológicos, psicológicos e sociais na terceira idade e até mesmo na quarta idade. Como se podemos verificar a seguir, em 1950, a pirâmide etária tinha sua base larga, o que significava um grande contingente de crianças e jovens na população geral. Os idosos constituíam a minoria. Tal aspecto mudou conforme aponta a pirâmide etária de 2010, na qual a redução da base da pirâmide representa um número menor de crianças e um aumento significativo na população idosa, prevendo-se, em 2050. Brasil: Um século de mudanças na estrutura etária O aumento da população idosa introduz necessidades específicas essenciais para uma sobrevivência entendida como digna aos idosos que apresentem alguma fragilidade. Para isto não basta somente a atenção aos cuidados básicos, mas cuidados mais complexos constituem a realidade da transformação que se vivencia atualmente em relação à velhice. E com isto o que precisamos saber quem será o promovedor desses cuidados. Diferentes formas de cuidado aparecem no cenário do envelhecimento com o objetivo de atender à demanda que possa surgir, já que o agravamento das incapacidades ocasiona o aumento da dependência física ou incapacidade para funcionar satisfatoriamente sem o auxílio de terceiros ou sem o apoio de equipamentos necessários para sua adaptação. Sendo assim, o agravamento das incapacidades que fazem parte do processo de envelhecimento faz com que o idoso busque uma adaptação às condições de limitação para as AVDs e AVDIs, fazendo uso de dispositivos que possam atender a esta demanda. Por fim podemos então dizer que o aumento da população idosa e longeva implica no fato de que uma parte desta precisa ou virá a precisar de cuidados de longa duração. No envelhecimento, os cuidados de longa duração são importantes quando atendem às necessidades do idoso, sejam elas biológicas, psicológicas ou sociais, fazendo com que este cuidado não seja sentido como algo penoso e difícil para quem o recebe. O mercado de serviços de cuidados a idosos se fazem presente pelas empresas de cuidado e cuidadores e esperamos que os serviços oferecidos estejam preparados e de acordo com as reais necessidades da população idosa frágil. Fontes: PAPALÉO NETTO, M.; KITADAI, F. T. (Org.). A quarta idade : o desafio da longevidade. São Paulo: Atheneu, 2015. CAMARANO, A. A. Cuidados de longa duração para a população idosa, família ou Instituição de Longa Permanência? Revista Sinais Sociais – Serviço Social do Comércio, Departamento Nacional.

  • Ciência e tecnologia caminhando juntas

    A Senior Services tem como parceiras empresas que buscam através de seus serviços proporcionar bem estar e qualidade de vida aos idosos, a DS Impressão 3D é uma destas parceiras. Com o avançar da idade, o aparecimento de incapacidades físicas e sensoriais tornam se mais presentes. Com o objetivo de manter e recuperar a capacidade funcional dos idosos pelo maior tempo possível, o uso de dispositivos de ajudas técnicas (tecnologia assistiva) são confeccionados para desenvolver, aumentar, ajudar, devolver ou manter a habilidade funcional e promover a independência nas atividades cotidianas. Pensando sobre esse aspecto e também na oferta escassa de produtos brasileiros destinados à idosos e às pessoas com deficiência, em 2017 nasceu a empresa DS Impressão 3D. Uma empresa que desenvolve, confecciona, fabrica e comercializa produtos e soluções customizadas utilizando a mais nova tecnologia no mercado, a impressão 3d. Os serviços oferecidos pela DS Impressão 3D incluem a confecção de órteses, adaptações e biomodelos. ÓRTESE Também conhecida popularmente como tala ou splint, é um dispositivo aplicado externamente a qualquer parte do corpo que tem como objetivos: estabilizar ou imobilizar um segmento corporal, prevenir e corrigir deformidades, proteger contra lesões, auxiliar na cicatrização, equilibrar a força muscular, controlar a dor, favorecer a amplitude de movimento, restaurar ou promover a mobilidade de um membro. Elas são um recurso importante em reabilitação pois auxiliam na obtenção de resultados mais precoces, abreviam o tempo de tratamento e favorecem ou restauram a função de um membro. Seu uso apropriado fornece ao paciente uma oportunidade para alcançarem seu potencial máximo de recuperação e o retorno às atividades cotidianas que estavam prejudicadas. Vantagens As órteses confeccionadas pela DS Impressão 3D são totalmente customizadas, ou seja, feitas sob medida. A vantagem desse tipo de órtese é a maior aderência ao uso, melhor ajuste e conforto. Outra vantagem da órtese confeccionada na impressora 3D é oferecer um dispositivo leve, arejado e de fácil higienização, com material 100% biodegradável. Avaliação e prescrição A confecção de órtese sob medida é feita mediante avaliação da função motora e sensorial do segmento corporal do paciente, bem como de seu desempenho durante suas atividades cotidianas ou profissionais. Após a avaliação, as órteses são prescritas conforme o tipo e função que devem exercer: estabilizar ou mobilizar uma articulação. ADAPTAÇÕES Adaptações é o termo utilizado para designar produtos e dispositivos que contribuem para aumentar, manter ou ampliar habilidades funcionais de idosos e de pessoas com deficiência. Elas promovem mais independência e inclusão pois permitem que as pessoas executem tarefas que anteriormente não conseguiam ou tinham grande dificuldade em realizar. Confeccionamos adaptações em série e também sob medida, mediante avaliação da nossa terapeuta ocupacional. As adaptações confeccionadas na impressora 3D são de fácil higienização e são produzidas com material 100% biodegradável. Desenvolvemos adaptações para escrita, facilitadores de preensão, adaptações para alimentação, vestuário e vida prática.   Sabrina Marcondes – Terapeuta Ocupacional da DS Impressão 3D CREFITO 3/6952-TO Especialista em Gerontologia, Neurologia e Terapia da Mão e do Membro Superior http://www.dsimpressao3d.com.br/

  • Psicogerontologia e a Velhice Contemporânea

    As diferentes ciências sempre buscaram conhecer o homem em seus múltiplos aspectos, sendo a psicologia uma destas ciências. Isto não é diferente nos dias de hoje, onde o envelhecimento da sociedade é uma realidade que não podemos negar, nem tão pouco deixar de observar os impactos que este fenômeno tem para o homem, principalmente na sua subjetividade. A Gerontologia, como ciência que estuda a velhice e o processo de envelhecimento, não poderia deixar de buscar o olhar para a subjetividade dos que envelhecem, apoiando-se na psicologia. A psicologia como ciência, tem a priori o entendimento da subjetividade humana e suas vicissitudes na busca de aliviar o sofrimento daqueles que padecem Entendemos por subjetividade o universo psíquico do individuo, onde transitam suas emoções, sentimentos, pensamentos, ideias e experiências adquiridas. Estas sofrem influencia direta da cultura, religião, crenças, valores e conceitos assimilados ao longo de nossas vidas. Sendo a psicologia a ciência que estuda e busca compreender o homem a partir desta complexa rede, tem na psicogerontologia sua base para a compreensão dos fenômenos psíquicos que resultam de uma existência longa, muitas vezes acompanhada por limitações e perdas características das velhices avançadas. Podemos perceber através dos discursos contemporâneos sobre a velhice, que viver muito este intimamente ligada a certa satisfação da humanidade, que através das suas conquistas sociais, conseguiu vencer a natureza, prolongando a vida do homem. Em alguns momentos é possível notar ate mesmo uma visão romântica do que seja viver 90, 100 anos, mostrando super-idosos, tatuados, lançando-se em aventuras e em novas vivencias afetivas. Trabalhei por 14 anos em uma instituição de longa permanência para idosos (ILPI) e há seis anos trabalho com gestão de cuidados a idosos frágeis, ou seja, são 20 anos trabalhando com idosos e suas fragilidades. Isto me fez ver que nem sempre a longevidade vem acompanhada deste romantismo e glamour que a sociedade e a mídia tentam nos vender. Para mostrar outra face da velhice longeva, vou contar a vocês um dos muitos episódios que vivi ao longo destes anos. Uma das moradoras da ILPI , onde trabalhava , estava comemorando seu 100º aniversário, e todos da instituição preparamos uma festa com bolo, balões, presentes e muitos convidados. Naquele dia quando toda a festa já pronta esperando sua homenageada fui convocada para ir buscar, em seu quarto, a aniversariante. Bati na porta do quarto, entrei calmamente, chamei-a pelo nome e disse a ela que todos estávamos muito felizes em estar comemorando este numero de anos, 100 anos, que como disse, pareceu na época ser um ganho e uma satisfação para todos nos, mas que para ela não era percebido desta forma. Esta senhora, de 100 anos, que aparentemente não demostrava nenhuma limitação funcional ou cognitiva, virou-se e disse: “Você sabe o que é ter 100 anos?”, eu na minha ignorância diante do que vivia, disse: “não sei”. Ela então disse: “então vou lhe dizer, ter 100 anos e não reconhecer o mundo como seu não ter mais amigos, porque muitos já se foram, é não tem mais força suficiente para entender as pessoas e o mundo como foi na juventude”. Depois pediu que eu saísse e que não queria festa, pois o que gostaria mesmo é de encerrar sua existência e descansar para sempre. E finalizando sua fala disse: “viver muito cansa, e como cansa”. Depois disto entendi que viver muito, nos que ainda somos jovens pode ser uma fantasia de prazer, mas que para os velhos, pode ser algo difícil e cansativo. Claro que tive outras vivencias de idosos muito idosos, com 100 anos ou mais que estiveram plenos ate o fim e que apesar disto diziam como a aniversariante da historia, ser cansativo. O processo de envelhecimento é um caminho diferente para cada um de nos, apesar de vivenciamos alguns aspectos que podem ser comuns na velhice, tais como os cabelos brancos, as rugas, a perda da força física, a aposentadoria e, finalmente a morte, este momento apresenta diferentes dimensões para cada sujeito, podendo ser suave para alguns e para outros uma trajetória árdua e difícil. Estas transformações, que prefiro nomear como mutações, são vividas por cada um diferente, gerando sentimentos e sensações únicas. Somos então mutantes que vivenciam a velhice de forma única, mantendo uma relação com nosso corpo e subjetividade. A partir disto, um olhar da psicogerontologia para o homem se faz necessário, já que somos únicos na relação com o mundo e com as coisas. Não podendo esquecer que a velhice, assim como as marcas que caracterizam este momento singular da vida, é a prova da destruição do corpo, da finitude que negamos ao longo da vida. Talvez seja este o ponto crítico quando olhamos para o sujeito velho. Margherita de Cassia Mizan Psicogerontologa

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